Header Ads

ad

A Loucura E Suas Causas – fonte: Introdução de O Livro dos Espíritos (Por João Afonso)


 

Por João Afonso

Redes sociais: |

A Loucura E Suas Causas – fonte: Introdução de O Livro dos Espíritos

Há ainda criaturas que veem perigo por toda parte, em tudo aquilo que não conhecem, não faltando as que tiram conclusões desfavoráveis ao Espiritismo do fato de terem algumas pessoas, que se entregaram a estes estudos, perdido a razão.

Como podem os homens sensatos aceitar essa objeção? Não acontece o mesmo com todas as preocupações intelectuais, quando o cérebro é fraco? Conhece-se o número de loucos e maníacos produzidos pelos estudos matemáticos, médicos, musicais, filosóficos e outros?

E devemos, por isso, banir tais estudos? O que provam esses efeitos? Nos trabalhos físicos, estropiam-se os braços e as pernas, que são os instrumentos da ação material; nos trabalhos intelectuais, estropia-se o cérebro, que é o instrumento do pensamento. Mas se o instrumento se quebrou, o mesmo não aconteceu com o Espírito: ele continua intacto e, quando se libertar da matéria, não desfrutará menos da plenitude de suas faculdades. Foi no seu setor, como homem, um mártir do trabalho.

Todas as grandes preocupações intelectuais podem ocasionar a loucura: as Ciências, as Artes e a Religião fornecem os seus contingentes.

A loucura tem por causa primária uma predisposição orgânica do cérebro, que o torna mais ou menos acessível a determinadas impressões. Havendo essa predisposição à loucura, ela se manifestará com o caráter da preocupação principal do indivíduo, que se tornará uma ideia fixa. Essa ideia poderá ser a dos Espíritos, dos anjos, do diabo, da fortuna, do poder, de uma arte, de uma ciência, da maternidade ou de um sistema político ou social. É possível que o louco religioso se apresente como louco espírita, se o Espiritismo foi a sua preocupação dominante, como o louco espírita se apresentaria de outra forma, segundo as circunstâncias.

Digo, portanto, que o Espiritismo não tem nenhum privilégio neste assunto. E vou mais longe: digo que o Espiritismo bem compreendido é um preservativo da loucura.

Entre as causas mais frequentes de superexcitação cerebral,=> devemos contar as decepções, as desgraças, as afeições contrariadas, que são também as causas mais frequentes do suicídio.

Ora, o verdadeiro espírita olha as coisas deste mundo de um ponto de vista tão elevado; elas lhe parecem tão pequenas, tão mesquinhas, em face do futuro, que o aguarda; a vida é para ele tão curta, tão fugitiva que as tribulações não lhe parecem mais do que incidentes desagradáveis de uma viagem.

Aquilo que para qualquer outro produziria violenta emoção, pouco o afeta, pois sabe que as amarguras da vida são provas para o seu adiantamento, desde que as sofra sem murmurar, porque será recompensado de acordo com a coragem ao suportá-las. Suas convicções lhe dão uma resignação que o preserva do desespero e consequentemente de uma causa constante de loucura e suicídio.

Além disso, conhece pelo exemplo das comunicações dos Espíritos a sorte daqueles que abreviam voluntariamente os seus dias, e esse quadro é suficiente para o fazer meditar. Assim, o número dos que têm sido detidos à beira deste funesto despenhadeiro é considerável. Este é um dos resultados do Espiritismo. Que os incrédulos se riam quanto quiserem: eu lhes desejo as consolações que ele proporciona a todos os que se dão ao trabalho de lhe sondar as misteriosas profundidades.

Entre as causas da loucura, devemos ainda incluir o pavor, sendo que o medo do diabo já desequilibrou alguns cérebros. Sabe-se o número de vítimas que ele tem feito ao abalar imaginações fracas com essa ameaça, que cada vez se procura tornar mais terrível através de hediondos pormenores?

O diabo, dizem, só assusta as crianças, é um meio de torná-las mais ajuizadas. Sim, como o bicho-papão e o lobisomem. Mas, quando elas deixam de temê-lo, ficam piores do que antes. E para conseguir tão belo resultado não se levam em conta as epilepsias causadas pelo abalo de cérebros delicados. A religião seria bem fraca, se, por não usar o medo, seu poder ficasse comprometido. Felizmente assim não acontece. Ela dispõe de outros meios para agir sobre as almas e o Espiritismo lhe fornece os mais eficazes e mais sérios, desde que os saiba aproveitar. Mostra as coisas na sua realidade e com isso neutraliza os efeitos funestos de um temor exagerado.

 Estudo: A Loucura e Suas Causas Segundo a Introdução de "O Livro dos Espíritos"

 Resumo e Análise

O trecho abordado é uma reflexão sobre a relação entre a loucura e as preocupações intelectuais e espirituais, destacando que o Espiritismo, quando bem compreendido, atua como um fator de proteção contra a loucura, ao invés de ser uma de suas causas. Allan Kardec argumenta que a loucura geralmente se origina de uma predisposição orgânica e pode se manifestar conforme a principal preocupação do indivíduo, seja ela religiosa, científica, artística, ou de outra natureza.

Além disso, Kardec ressalta que as decepções e desgraças da vida, que podem levar ao suicídio e à loucura, são analisadas pelo espírita devido à sua visão ampliada do futuro espiritual e das provas terrenas. Essa compreensão proporciona uma resignação que protege o espírita do desespero e de impulsos destrutivos. Kardec também critica o uso do medo, especialmente do medo do diabo, como forma de controle religioso, enfatizando que o Espiritismo oferece uma abordagem mais equilibrada e realista, que evita os efeitos prejudiciais de um medo exacerbado.

 Perguntas e Respostas para facilitar a compreensão do texto extraído da Introdução de O Livro dos Espíritos – tradução Herculano Pires.

1. Qual é a visão de Allan Kardec sobre a relação entre a loucura e as preocupações intelectuais?

A loucura pode ser desencadeada por qualquer tipo de preocupação intelectual, desde que haja uma predisposição orgânica no cérebro. Não é exclusivo ao Espiritismo, pois as ciências, as artes e a religião também podem ocasionar loucura quando há um desequilíbrio cerebral.

2. De acordo com Kardec, como o Espiritismo pode atuar como um fator de proteção contra a loucura?

Claro!

O Espiritismo, quando bem compreendido, oferece uma perspectiva elevada sobre as tribulações da vida, fazendo com que o espírita encare os desafios terrenos como provas temporárias para seu adiantamento espiritual. Essa visão proporciona uma resignação que previne o desespero, uma das causas frequentes de loucura.

3. Como Kardec relaciona o suicídio à superexcitação cerebral e à loucura?

As decepções e desgraças podem levar ao desespero e, eventualmente, ao suicídio. Ele destaca que o espírita, por entender as consequências espirituais do suicídio e por ver a vida como passageira, tende a evitar esse ato, preservando assim sua saúde mental.

4. Qual é a crítica de Kardec ao uso do medo, especialmente do medo do diabo, como ferramenta religiosa?

Kardec critica o uso do medo do diabo como forma de controle,

Afirmando que tal prática pode desequilibrar cérebros frágeis e levar à loucura.

A religião deveria utilizar outros meios mais eficazes e sérios para agir sobre as almas, como os fornecidos pelo Espiritismo.

5. O que Kardec sugere como uma abordagem mais saudável para a religião, em contraste com o uso do medo?

Mostrar as coisas em sua realidade, neutralizando os efeitos negativos de um medo exagerado.

Temos a certeza que o Espiritismo fornece uma compreensão mais profunda e equilibrada da vida espiritual, que pode agir de forma mais positiva sobre as almas.

Conclusão

As instruções contidas neste item em específico da introdução de O Livro dos Espírita, nos convida a

  • Refletir sobre a complexa relação entre a saúde mental e as preocupações intelectuais e espirituais.

  • Ele desafia a ideia de que o Espiritismo, ou qualquer outra área de estudo, seja em si uma causa de loucura, destacando

  • a predisposição orgânica como o verdadeiro fator.

  • O Espiritismo, nos oferece uma visão que protege o indivíduo da superexcitação cerebral, do desespero e do suicídio, ao proporcionar uma compreensão mais ampla e espiritualizada da vida.

  • Vale destacar a crítica de Kardec sobre a manipulação do medo, especialmente do medo do diabo, defendendo uma abordagem religiosa que seja mais realista e que fortaleça a mente em vez de enfraquecê-la.

Nenhum comentário