Acontece também nas instituições Espíritas...
Discórdia e a exaltação da personalidade.
A censura lançada à conduta de outrem pode obedecer a dois móveis: reprimir o mal, ou desacreditar a pessoa cujos atos se criticam. Não tem escusa nunca este último propósito, porquanto, no caso, então, só há maledicência e maldade. O primeiro pode ser louvável e constitui mesmo, em certas ocasiões, um dever, porque um bem deverá daí resultar, e porque, a não ser assim, jamais, na sociedade, se reprimiria o mal. Não cumpre, aliás, ao homem auxiliar o progresso do seu semelhante? (ESE, capítulo 10, item 13)
Espírito de discórdia e Espírito
de dissensão: O Livro dos médiuns, cap. XXXI – item 26.
O Espiritismo deverá ser uma égide contra o espírito de discórdia e de dissensão; mas, esse espírito, desde todos os tempos, vem brandindo o seu facho sobre os humanos, porque cioso ele é da ventura que a paz e a união proporcionam.
Espíritas! Bem pode ele (o espírito da discórdia), portanto, penetrar nas vossas assembleias e, não duvideis, procurará semear entre vós a desafeição. Impotente, porém, será contra os que tenham a animá-los o sentimento da verdadeira caridade.
Estai, pois, em guarda e vigiai incessantemente à porta do vosso coração, como à das vossas reuniões, para que o inimigo não a penetre. Se forem vãos os vossos esforços contra o de fora, sempre de vós dependerá impedir-lhe o acesso em vossa alma. Se dissensões entre vós se produzirem, só por maus Espíritos poderão ser suscitadas.
Mostrem-se, por conseguinte, mais pacientes, mais dignos e mais conciliadores aqueles que no mais alto grau se achem penetrados dos sentimentos dos deveres que lhes impõe a urbanidade, tanto quanto o vero Espiritismo.
Pode dar-se que, às vezes, os bons Espíritos permitam essas lutas, para facultarem, assim aos bons, como aos maus sentimentos, ensejo de se revelarem, a fim de separar-se o trigo do joio. Eles, porém, estarão sempre do lado onde houver mais humildade e verdadeira caridade.– São Vicente de Paulo.
Buscamos introduzir para
reflexão, algumas colocações importantes.
Dissensões:
“Sutilmente inicia o contágio,
qual ocorre com o morbo e outras variadas formas de contaminação, culminando
por anular nobres esforços.
Desde, porém, que se estabeleçam
as redes das tricas e das informações malsãs, inútil envolver-se, tomando partido.
Atormentados em si mesmos
comprazem-se, na alucinação que os aflige, em espalhar miasmas, quais cadáveres
ao abandono, consumidos pela desarticulação que os vence”.
SE procurarmos a causa, vamos
encontra-la no livro que todos leem, mas muitos ficam apenas na leitura e na
palavra, não inserindo os ensinamentos nos seus relacionamentos, na sua vida
diária. Vejamos então onde encontrarmos respostas.
“Que de dissensões de disputas funestas, poderiam ser evitadas com mais moderação e menos suscetibilidade!" ESE - Causas das Aflições.
Analisando a frase:
Disputas funestas: O termo
funesto, por extensão, está relacionado com aquilo que pode provocar aflição ou
amargura; algo lamentável e que provoque tristeza. Mas o que pode provocar
aflição ou amargura na casa espírita?
Poderiam ser evitadas com mais
moderação ou seja: pode ser evitado com maior prudência.
Suscetibilidade: Tendência para
se sentir ofendido (a) u disposição para se ressentir de coisas.
Mas isto acontece numa casa
espírita?
Sim, e pode surgir a partir de
sentimentos que ficaram muito tempo adormecidos e veem a tona quando surge
oportunidades mesmos que indireta, se suplantar alguma atividade ou movimento
pelo qual se tenha julgado ter sido ofendido, menosprezado, rejeitado etc..
Surgem então, as novas situações,
e o melindre, o querer mudar simplesmente por mudar toma conta. Mas, o objetivo
da transição não é simplesmente mudar, mas garantir que as mudanças conduzam à
ruptura de hábitos, tradições, mentalidades ou estruturas prejudiciais, obsoletas
ou improdutivas, implantando no lugar algo mais benéfico e produtivo. Se tal
mudança ocorre desta forma, seria excelente, mas, porém, não é assim que
ocorre.
Allan Kardec em Obras Póstumas na
Primeira Parte quando estuda Orgulho e Egoísmo, faz uma excelente colocação:
“A exaltação da personalidade leva o homem a considerar-se acima dos outros. Julgando-se com direitos superiores, melindra-se com o que quer que, a seu ver, constitua ofensa a seus direitos. A importância, que por orgulho atribui à sua pessoa, naturalmente o torna egoísta. ”
Desta forma, temos que sempre que
estarmos em alerta, verificar como anda nosso esforço para dominar nossas más
inclinações ou tendências, “conhecer-se a si mesmo”.
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