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CHEGADOS OS TEMPOS? (para o PLANETA TERRA E NÃO APENAS PARA O BRASIL)


Atualidade do Pensamento Espírita

Por João G. Afonso Filho

(Sociedade de Paris, 16 de outubro de 1868).


Em todos os tempos fizeram preceder os grandes cataclismos fisiológicos de sinais manifestos da cólera dos deuses. Fenômenos particulares precediam a irrupção do mal, como uma advertência para se prepararem para o perigo. Essas manifestações, com efeito, ocorreram não como um presságio sobrenatural, mas como sintomas da iminência da perturbação.
A saúde é o resultado do equilíbrio das forças naturais; se uma doença epidêmica devasta qualquer lugar, ela não pode ser senão a consequência de uma ruptura desse equilíbrio; daí o estado particular da atmosfera e os fenômenos singulares que aí podem ser observados. (Allan Kardec - Revista Espírita novembro de 1868).



Explicando: no artigo da RE está relacionado a um fato da época, mas cuja contextualização se aplica aos dias atuais.


Uma epidemia universal teria semeado o espanto da Humanidade inteira e por muito tempo detido a marcha do progresso; uma epidemia restrita, atacando passo a passo e sob múltiplas formas cada centro de civilização, produzirá os mesmos efeitos, salutares e regeneradores, mas deixará intactos os meios de ação de que a Ciência pode dispor. Os que morrem são vitimados pela impotência, mas os que veem a morte à sua porta buscam novos meios de combatê-la. O perigo torna inventivo, e quando todos os meios materiais estiverem esgotados, cada um será constrangido a pedir a salvação aos meios espirituais.
Cada dia mais entramos no período transitório que deve trazer a transformação orgânica da Terra e a regeneração de seus habitantes. Os flagelos são instrumentos de que se serve o grande cirurgião do Universo para extirpar do mundo, destinado a marchar para a frente, os elementos gangrenados que nele provocam desordens incompatíveis com o seu novo estado.” (parece texto de hoje “2020”, mas na verdade é de Kardec em novembro 1868).



Preparai-vos, pois, para tudo, e sejam quais forem a hora e a natureza do perigo, compenetrai-vos desta verdade: A morte não é senão uma palavra vã e não há nenhum sofrimento que as forças humanas não possam dominar. Aqueles para os quais o mal será insuportável, serão os únicos que tê-lo-ão recebido com o riso nos lábios e a despreocupação no coração, isto é, que julgar-se-ão fortes em sua incredulidade. (RE nov/1868)

Mais detalhes na Revista Espírita novembro 1868.

Opera-se presentemente um desses movimentos gerais, destinados a realizar uma remodelação da Humanidade. A multiplicidade das causas de destruição constitui sinal característico dos tempos, visto que elas apressarão a eclosão dos novos germens.
São as folhas que caem no outono e às quais sucedem outras folhas cheias de vida, porquanto a Humanidade tem suas estações, como os indivíduos têm suas várias idades. As folhas mortas da Humanidade caem batidas pelas rajadas e pelos golpes de vento, porém, para renascerem mais vivazes sob o mesmo sopro de vida, que não se extingue, mas se purifica. (A Gênese - AK)


Pequeno comentário nosso:


“O Brasil não é o único país do planeta que passa por transformações”. “Isto faz parte de um processo universal”.


Leon Denis em seu discurso na Conferência em Tours em 29 de fevereiro de 1880 e também em 04 de abril de 1880 em Orléans fala especificamente sobre o PROGRESSO.


Abaixo um pequeno extrato:


“O homem, fisicamente, materialmente, é como uma planta que se desenvolve naturalmente, em virtude das leis universais; porém, intelectualmente e moralmente, ele se cria por si mesmo”.


É por uma longa série de esforços, de trabalhos e de buscas que ele se torna no que é; é por suas relações com seus semelhantes que ele cria a ordem social completa.


Sua elevação é, portanto, sua própria obra e eis por que ele se pode mostrar orgulhoso por isso.


Aliás, se o progresso fosse fatal, seria contínuo e nada poderia entravá-lo, criar-lhe obstáculo. Não vemos, na História do mundo, períodos de decadência e de abatimento se sucederem a períodos de progresso e de civilização? Não é por uma caminhada contínua que a humanidade se fortifica, se esclarece e cresce.

Não!... É através de vicissitudes sem número, de alternativas de triunfo e de sofrimento, é sobre uma estrada desigual onde as quedas são tão numerosas quanto as ascensões, na qual encontramos, a cada passo, as marcas de seus pés sangrentos.


O progresso é como o oceano, tem seus fluxos e seus refluxos, suas marés altas e baixas, as quais abrangem períodos às vezes seculares.


Suas ondas incontáveis assaltam as rochas e os escolhos, reviram-nos e depois se estendem sobre imensas superfícies onde jamais haviam penetrado; logo recuam, afastam-se e, em seu movimento oposto, deixam descobertas várias praias.


Todavia retornam um dia, mais formidáveis, invadindo novos espaços e conquistando novos terrenos.


...os Impérios cheios de sombra e de corrupção, que precederam a aurora...


Na hora em que estamos uma nova ascensão se prepara para nosso povo; a onda sobre, agiganta-se a olhos vistos.


Que possa ela elevar-se bem alto e varrer diante de si todos os fantasmas do passado: preconceitos, ignorância e fanatismo, que ainda se opõem à sua passagem.


O momento atual está a exigir de cada ser humano sua cota de “colaboração”, pois afinal, qual o motivo de encarnamos e reencarnamos várias e várias vezes?


Para instigar a leitura e reflexão sobre qual “motivo”, a análise conjunta das questões e respostas estão inseridas nas obras de Kardec e em particular nas perguntas 132, 166, 167 e 171 de O Livro dos Espíritos.


Cabe então inserir nesta discussão o nosso papel, lembrando Espírito de Vianna de Carvalho.


“A função de terapia moral do Espiritismo é incomparável. Torná-lo reduto de banalidades e imediatismo, seria deslustrar (poluir) dolosamente”.


E continua o Espírito: Aprofundar, portanto, estudos, no seu organismo doutrinário, é dever de todo espírita consciente...não permitindo que o absurdo, a fantasia se misture, gerando dificuldades compreensíveis nas mentes necessitadas e nos espíritos sofridos que pululam em toda a parte...


Diante então desta pandemia entre tantas outras atualmente, vejamos o que os Guias que trabalharam a Codificação tem nos orientar, um passo a passo de nossa “estadia temporária no planeta Terra”.


573. Em que consiste a missão dos Espíritos encarnados?
“Em instruir os homens, em lhes auxiliar o progresso; em lhes melhorar as instituições, por meios diretos e materiais. As missões, porém, são mais ou menos gerais e importantes. O que cultiva a terra desempenha tão nobre missão, como o que governa, ou o que instrui. Tudo em a Natureza se encadeia.
Ao mesmo tempo que o Espírito se depura pela encarnação, concorre, dessa forma, para a execução dos desígnios da Providência. Cada um tem neste mundo a sua missão, porque todos podem ter alguma utilidade.”

Comentários nosso: “A encarnação e seus processos têm como objetivo, proporcionar vivência de conhecimentos, auxiliar o espírito reencarnante a evoluir”.

756. A sociedade dos homens de bem se verá algum dia expurgada dos seres malfazejos?
“A Humanidade progride. Esses homens, em quem o instinto do mal domina e que se acham deslocados entre pessoas de bem, desaparecerão gradualmente, como o mau grão se separa do bom, quando este é joeirado.
Mas, desaparecerão para renascer sob outros invólucros. Como então terão mais experiência, compreenderão melhor o bem e o mal. Tens disso um exemplo nas plantas e nos animais que o homem há conseguido aperfeiçoar, desenvolvendo neles qualidades novas”.
Pois bem, só ao cabo de muitas gerações o desenvolvimento se torna completo. É a imagem das diversas existências do homem.”

783. Segue sempre marcha progressiva e lenta o aperfeiçoamento da Humanidade?
“Há o progresso regular e lento, que resulta da força das coisas. Quando, porém, um povo não progride tão depressa quanto devera, Deus o sujeita, de tempos a tempos, a um abalo físico ou moral que o transforma.”
O homem não pode conservar-se indefinidamente na ignorância, porque tem de atingir a finalidade que a Providência lhe assinou. Ele se instrui pela força das coisas.
As revoluções morais, como as revoluções sociais, se infiltram nas ideias pouco a pouco; germinam durante séculos; depois, irrompem subitamente e produzem o desmoronamento do carunchoso edifício do passado, que deixou de estar em harmonia com as necessidades novas e com as novas aspirações.
Nessas comoções, o homem quase nunca percebe senão a desordem e a confusão momentâneas que o ferem nos seus interesses materiais. Aquele, porém, que eleva o pensamento acima da sua própria personalidade, admira os desígnios da Providência, que do mal faz sair o bem. São a procela, a tempestade que saneiam a atmosfera, depois de a terem agitado violentamente.


784. Bastante grande é a perversidade do homem. Não parece que, pelo menos do ponto de vista moral, ele, em vez de avançar, caminha aos recuos?
“Enganas-te. Observa bem o conjunto e verás que o homem se adianta, pois que melhor compreende o que é mal, e vai dia a dia reprimindo os abusos. Faz-se mister que o mal chegue ao excesso, para tornar compreensível a necessidade do bem e das reformas.”


Conclusão


Provas e expiações são os mecanismos da lei divina para a felicidade do Espírito e ninguém conseguirá atingir as estrelas sem passar pelo vale das expressões terrenas...a complexidade das dores atuais que transtornam e afligem as almas (todos nós encarnados) em trânsito é “temporal” ...


Também deveremos entender que “não são impostas todas as aflições aos homens como punição da Divindade, antes são-lhes concedidas como forma de apressar a marcha do seu crescimento espiritual.


Novamente temos acima as orientações dos Espíritos sobre o assunto, e para fechar nosso trabalho, um poema de Cora Coralina - Poema "Saber Viver”

Não sei?

Se a vida é curta

Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura?
Enquanto durar


João G. Afonso Filho é colaborador da Casa Espírita Teresa D'Ávila, da cidade de João Pessoa/PB

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